agosto 08, 2012

Entrevista com Bruno Marafigo, o autor da HQ "Diálogos da Morte"

 

É muito provável que, navegando em sua timeline do Facebook nas últimas semanas, você tenha visto alguém compartilhando a imagem acima. Se você clicou e leu a história, deve ter gostado da narrativa e dos desenhos de Bruno Marafigo. É ele quem você conhece agora!

Quem é Bruno Marafigo?
Bruno: Sou de Curitiba, já trabalhei como editor gráfico e com tratamento de imagem, o que acabou sendo muito útil para o meu trabalho como ilustrador, aprendi bastante a respeito de impressão, agora estou tentando trabalhar apenas os desenhos.

Diálogos da Morte conseguiu mais de 18 mil compartilhamentos e mais de mil comentários no Facebook. Começou como uma história fechada ou foi publicado em partes?
Bruno: Foi postada em duas partes. Foi bom para ver como as pessoas receberiam a história, muitos comentários de amigos e pessoas que leram acabaram influenciando o desenrolar da segunda parte.

Você já publicou em outras redes sociais ou blogs? Como você compara os resultados em relação ao Facebook? 
Bruno: Pelo Facebook é mais fácil divulgar o trabalho, uma coisa que me ajudou muito foram os grupos de desenhos que começaram a espalhar o quadrinho.

Numa rede como o Facebook, que quase tudo que se compartilha é “Meme”, você calculava ter tanta repercussão com um trabalho autoral?
Bruno: Nem um pouco. Jamais imaginei que chegariam a 1.000 compartilhamentos quantos mais 18 mil. Acho que se espalhou justamente por isso, tem muita coisa igual na internet.

Por que você acha que tanta gente compartilhou, comentou e curtiu o seu trabalho?
Bruno: Muitas pessoas me disseram que haviam se identificado. Pelo menos uma vez na vida todo mundo passa por uma crise dessas, é reconfortante saber que você não é o único, pelo menos pra mim foi bom perceber que não era o único maluco com estes questionamentos. Diálogos da Morte foi justamente uma maneira de exorcizar umas dessas crises de meia idade fora de hora.

Levando em consideração os resultados dos seus últimos trabalhos, tem futuros projetos?
Bruno: Tenho algumas histórias em quadrinho maiores nas quais venho trabalhando há mais ou menos um ano. Estou montando uma versão para o Facebook com um trecho de uma delas que também fala muito sobre existencialismo.Vou colocá-la no ar durante a semana que vem. Também tenho alguns contos engavetados, esperando mais material para poderem virar um livro.


Bruno Marafigo é um grande exemplo para nós, quadrinistas à procura de leitores, de como é possível produzir quadrinhos para as redes sociais e ter grande repercussão.

Saiba mais sobre Bruno Marafigo através de seu Facebook!

fevereiro 26, 2012

Entrevista com Marcus Rodrigues, autor da HQ "Caçada Até a Última Bala"


Marcus Vinicius Alves Rodrigues, 24 anos, publicitário, é o autor de Caçada Até a Última Bala, HQ que você vai conhecer agora.

Nascido e criado no Rio de Janeiro, como todo bom desenhista, Marcus tem intimidade com papel e lápis desde muito pequeno. Tem inspiração no movimento Punk e leva a sério o ditado “Se quer algo bem feito, faça você mesmo”.

Como surgiu Caçada Até a Última Bala? 
Marcus: Em 2009 surgiu na faculdade a oportunidade de fazer um filme que valia como prova para uma das matérias. Eu sempre fui fascinado por cinema, adoro gravar e fazer meus curtas, sou muito fã especialmente dos “Westerns Spaghetti”. Então com essa deixa topei o projeto e comecei a pensar no roteiro. Queria que o filme tivesse essa pegada Western, mas ao mesmo tempo fazer algo diferente que misturasse de tudo um pouco que eu gosto no cinema (filmes como Madmax, Matrix, BladeRunner e por ai vai), principalmente os clichês do cinema e de suas temáticas, caras como Tarantino e Robert Rodriguez sabem usar isso de uma maneira magnífica. A partir disso, comecei a escrever o argumento do filme, e veio o enredo geral do Caçada Até a Última Bala: o misterioso mundo pós-apocalíptico sem lei, assolado por pistoleiros e mercenários. Então tudo acabou surgindo daí, os personagens e todo o Universo. Mas a trama era bem grande e complexa para poder por no roteiro do curta. Para ficar bacana ia me custar tempo, grana e recursos que eu não tinha, então para o filme eu usei um fragmento da história onde há um ponto que os personagens se encontram. Juntei os amigos e começamos a gravar. Todos ajudaram um pouco com o projeto. Feito e entregue, o filme foi considerado o melhor dos 3 últimos anos do curso. Gostei tanto da história que pra mim o resto dela merecia ser contada, coisas ainda deviam ser explicadas. Então surgiu a iniciativa de produzir uma HQ sobre o Caçada Até a Última Bala e seus personagens. Neste mesmo ano tive um problema de saúde que quase me impediu de desenhar por um tempo, mas minha vontade de fazer a HQ era tanta, que ela até serviu como uma espécie de terapia. A idéia da HQ do Caçada Até a Última Bala é contar a história do começo até a história do filme e o que aconteceu depois. No final da primeira revista, disponível para download no BLOG, eu conto com mais detalhe sobre o surgimento do Caçada Até a Última Bala. No final das contas a revista surgiu da vontade fazer cinema e este mesmo curta está sendo re-editado para se transformar em uma Web Série e todos vão poder conhecer em breve.

Como você organiza a produção da HQ? 
Marcus: Cada revista trata de um personagem específico da trama e a história se entrelaça com a do capítulo seguinte. Não existe necessariamente um personagem principal, mas um grupo deles. Primeiro eu faço um brainstorm sobre o nó e os acontecimentos principais que os levam ao desfeche da revista, depois é só ligar os pontos, geralmente eu tento me por no lugar do personagem e pensar o que “eu faria no lugar dele” o que acaba algumas vezes refletindo algumas características pessoais. Os storyboards e o planejamento geral da revista são produzidos, como costumo brincar e chamar, em um “processo psicográfico”. Eu prefiro, planejar, rascunhar e finalizar página por página. Deixo a história correr ao mesmo tempo que a produzo, como se os personagens tivessem vida e dentro da minha cabeça planejassem seus movimentos, eu só transmito isso pro papel. É uma maneira perigosa de fazer a coisa, porque a revista às vezes sai maior do que eu imaginava. Para desenhar uso material simples. Faço as páginas no papel e finalizo com nanquim, depois digitalizo e edito todo o resto no computador.

Cite mais algumas influências para Caçada Até a Última Bala.
Marcus: Nas minhas histórias, gosto de fazer referência a coisas da cultura pop e do cinema. Além disso gosto muito de desenhistas que tenham uma veia no cartoon e outra no design, não tenho como fugir, cresci desenhando e vendo Cartoon Network (Quando era bom!) desde os clássicos da Hanna Barbera até o começo da nova geração, com Genndy Tartakovsky (Samurai Jack e Laboratório de Dexter). Caras como Bruce Timm e Otis Frampton também são grandes influências pra mim. Mas é lógico que mestres como John Buscema e Frank Miller ainda me tiram do sério.

O que os leitores podem esperar para a sequência da história? 
Marcus: Podem esperar de tudo. A série será de 6 ou 7 revistas, mas existe muita história guardada pra contar sobre o Universo de Caçada Até a Última Bala, tudo pode acontecer no mundo “Sci-fi-Gore-Western” e espero que possa continuar com a ajuda e o apoio de vocês, leitores e Trovão Quadrinhos! Que dicas você deixa para quem quer começar a produzir uma história em quadrinhos? Marcus: Minha dica é “Não pensa muito não, faz.” e desejo sucesso pra nós que estamos começando nessa loucura!


Saiba mais sobre Marcus Rodrigues e seus trabalhos com quadrinhos em seu blog ou através do Facebook!